quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

As freiras do Mosteiro da Luz

Dormiram assim, abraçadas.
A terra foi depositada com amor, sobre suas sobrancelhas, nos lábios das freiras, na resignação de quem pecou e sabe...
Então ficou estática como uma pêra.
Não se sabe se por isso rezou, abraçou a jovem ternamente e rezou uma Salve Rainha, com seu terço de muitos anos.
Coroadas como Maria, com sapatos que não vão a nenhum lugar, com sapatos para deitar e chamar a escuridão.
A outra em pose fetal, de morte fatal...
As paredes se fecharam, as argilas secaram, os anos passaram, os rostos escaveiraram, as flores murcharam... E ao procurarem cupim, acharam...
Este foi enfim...

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u376378.shtml

Se foi...

Não há dor que não se canse deste corpo de morte em transe, não há alma que não se desprenda, não há pecado que não repreenda esta consciência de mil toneladas. Deixei-te é fato, queimei sua foto, desfiz-me de detalhes, entalhes do que passou... e passou...
É que hoje as ausências são mais nítidas, as frutas são mais cítricas, a visão é mais crítica, as pontas dos dedos sentem até os poros, pêlos, espasmos do peito em coro, trêmulos lamentos em choro.
Há dez anos as folhas secas amontoam em meu jardim, há dez anos, quando deixou pra mim todos os longos dias do resto desta minha vida, os cafés da manhã sem gosto, os espelhos sem rosto, as noites perdida em uma cama vazia, mais fria que a lápide onde jaz minha alegria. Quem diria?
Que um dia troquei tua boca por mil outras?
Tua quentura por outra aventura?
Há dez anos que sobras de sombras me assombram
É que hoje o sol já invadiu minha janela e nela e, apesar dela, meus olhos se molharam, escorreram e destoaram da minha dura alma, mil raios estilhaçaram as vidraças em tempestade de cores, riscaram o céu azul de meu peito gélido, cálido, em coágulos escorridos, soluçando uma dor...
Então choveram tantos arrependimentos nestes dias que são noites, pois ha´dias que são noites, sem estrelas nem luar, há dias que é melhor pular...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

EM CONSTRUÇÃO...

Aguardem, em breve textos e poesias, soprados em seus olhos...