O que faço eu, ao encarar a alma oculta que vive comigo,
que se deita ao meu lado com óculos de leitura,
que se aproveita da rachadura de minha armadura
e esparrama verdades dentro de mim;
Como posso viver assim?
Esta alma de espinhos compridos que estouram minhas bolhas de ilusão,
que me fala da arte que está estampada na palma de minha mão?
O que faz esta alma, que desprende as coisas que eu quero esconder?
O que faço eu, louca desvairada, remexendo nas intimidades desta alma de mil facetas,
E a cada face, outras vozes, outros dons, outros amores, outras cores sem fim?
O que faço desta maquiada alma sem camarim?
Como encará-la, vendo-a dividida, como descartá-la de vez da minha vida?
Sou um lenço constantemente acenando um adeus imaginário,
Esta alma não tem calendário, não sabe quando tem que partir,
E que não quero pra mim, não dividida assim...
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