quarta-feira, 16 de abril de 2008

Monólogo de Malandro

Negra alma de voz em postas, negro jacarandá moldado por mãos de artesão em batuque e toque de dedos nas cordas de sua mão,

Lacrimeja poesia dentre a anomalia da dureza imposta em mesas dispostas e dores expostas.

É só swing, teretequê, a malandragem correndo em veia grossa,

Chapéu tapa-um-olho e rebola por seus dedos num balet tupiniquim...

Ninguém tem pena de mim, nem deste sorriso de dor que salta à boca entreaberta em espasmos... Querubim sem asas voa pelos copos, só em monólogo, aceita preencher os poros da sala que abafa,

E frios corações derretem,

Cada rosto pequenas emoções despertam gotas que escorrem,

Alça sua voz de mil trovões e se recolhe, como em puleiro, ao microfone quieto,

que aguarda seu lugar,

E desanda a cantar...

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